terça-feira, 23 de outubro de 2007

eterno presente

Tenho medo. Medo de viver o futuro de amanhã e esquecer o presente de hoje. Medo de trocar a dor certa, pela alegria incerta. Deixarei tudo para amanhã. Por hoje, apenas cuidarei de limpar as feridas, retirar o sangue morto preso à pele. Amanhã eu vou viver! Mas, será que vale à pena? Amanhã, o futuro será o presente e o hoje de agora, será o hoje de amanhã. E se amanhã, por mais um dia, eu deixe a vida pra depois? E se, na esperança do amanhã, os meus dias de hoje sejam sempre os mesmos? Te espero num futuro que nunca chega. Afinal, é futuro e o futuro nunca acontece. Vivemos o hoje, só sobre ele temos controle. No dia de hoje você não veio. Por mais um dia sento e curo as feridas. Quem sabe, amanhã?

5 comentários:

Anônimo disse...

Amanhã... depois de amanhã... semana que vem, semestre que vem... quem sabe ano, década...

Viver em função do "talvez" é ainda menos pior do que toda aquela desesperança do "nunca mais"...

Guta Brandt disse...

Será mesmo?

E viver a decepção constante do "talvez" que nunca acontece?

Às vezes, é melhor a dor única do "nunca mais" do que a dor em doses homeopáticas do "talvez"...

Em algum momento, em alguma postagem, eu disse "quero engolir tudo, sofrer tudo de uma vez"...
acho q é por aí...

É difícil administrar esse grande volume de dor...certamente é...
Mas, não sei se estou preparar para cuidar de um pequeno pedaço de dor latente em mim...

Sabe, o "talvez" vem acompanhado de decepções diárias...
Vivemos esperando...
e nunca estamos preparadas para ouvir algo diferente do que queremos ouvir...

Prefiro o eco ressoante do "nunca mais" do que o grito diário do "talvez"...

mas, amanhã, eu mudo de idéia..."talvez"...

Anônimo disse...

Por mais que doa, por mais que corte... o 'talvez' sempre deixa uma esperança, que as vezes machuca... ou nos impulsiona a tentar!

Cada caso é tão particular, que não há regra para um todo! ... Complicado! [Amar é complicado]

Ou seu mundo desmorona de vez com o nunca, e assunto encerrado!

Ou suas paredes vão sendo corroídas aos poucos... até enfim, desmoronar!

Guta Brandt disse...

E, no final, tudo desmorona!

É flor...não tem jeito!
O amor é frágil, o amor é fraco. Não em sua essência. Na essência, ele aguenta tudo, suporta tudo.
Pelo menos, na teoria dos livros...

"os livros não são sinceros..."
(Marisa Monte)

Na prática, infelizmente, o amor é fruto dos homens. E, os homens, são falhos, frágeis e fracos.

Difícil, não?
(e ninguém falou que seria fácil... :/)

Anônimo disse...

É difícil, mas tem que compensar de alguma forma!

É tão dificil aceitar que não importa o quanto lutemos...

"Nadar, nadar e morrer na praia"
(Não me fale em morrer em praia)

O jeito... é esperar!

"Vem, meu novo amor, vou deixar a porta aberta..."