Não, por favor, não repita tudo de novo. Pra que isso? De que adiantam as palavras que escapam soltas, vazias, vagas de sua boca? Elas não me adiantam mais. Maltratam a alma, pisam, escarram no que sobrou de mim. Guarde-as todas pra você. Engula-as. Agora é tarde para repetir tudo de novo. Não quero mais saber dos seus pensamentos, das suas vontades. Elas não me interessam mais. Para que me incluir nos seus sonhos, nas suas vontades agora? Foi você mesma que, há pouco, fez tudo acabar. Você não quis? Você não planejou? Não, chega, não minta mais pra mim. Sabemos sempre o que fazemos. Somos dotados de inteligência para isso, para ter consciência dos nossos atos. Não peça desculpas pelos seus erros. Eles não têm perdão. Talvez, sim, aceitação. Mas cansei se aceitar. De dar a cara à tapa por você, pra você e por nós. Não tem mais salvação, conforme-se. Amargure sua vida, agora. Viva-a intensamente, como talvez você sempre quis. Mas uma intensidade, falha, pobre, barata, vazia. Vai lá, a vida é sua. Viva, sem propósitos, desprovida de sentidos, sentimentos e desafios. Vai lá, você agüenta. Você é bem forte para o comodismo. Sente-se confortavelmente na poltrona da sua sala, assista sua vida passar, como quem vê um filme bobo numa tarde de domingo. Ah, e não esqueça a pipoca, pois pode ser que seja divertido.
domingo, 7 de outubro de 2007
filme íntimo
Por
Guta Brandt
às
11:33
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2 comentários:
"...Não esqueça a pipoca, e o clorofórmio..."
Lindo texto.
Que sirva para alguém aproveitar melhor o domingo! ;)
Um abraço.
Hum, ja estou ficando repetitiva... mas fazer o que se sempre me surpreende mesmo?!?!
Bjos flor!!!
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