quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

futuro imaginado

Sabes, la he encontrado. Alguién me dice la verdad de una vida que poco ha cambiado. En la imaginación todo es futuro. En realidad, presente o pasado. Palabras sinceras, vontades divididas, carne que mucho habla, ya lo sabes. Palabras que vuelan, oraciones que llegan al alto. Si una vez más te la encuentro, palabras oídas, futuro próximo. En el presente, pasado, que tanto extraño, guardado.


Aos que querem tradução, aí está:

Sabe, te encontrei. Alguém me diz a verdade de uma vida que quase nada mudou. Na imaginação, tudo é futuro. Na realidade, presente ou passado. Palavras sinceras, vontades divididas, carne que muito fala, você já sabe. Palavras que voam, orações que atingem o alto. Se mais uma vez te encontro, palavras escutadas, futuro próximo. No presente, passado do qual tanto sinto saudade, guardado.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

batidão

Ele vem e bate à minha porta. Cansado, magro, longas caminhadas, estradas curvas, tortas. Sedento. Ofereço água, não serve. Ofereço pão, não gosta. Tem sede de alma, fome de carne. Violentamente, arremessa-me. Atira-me e, intacta, espero. Espera rápida, carne morna, pele tenra. Logo se despede, e fico ali, atirada. Sentimentos dispersos, sempre à espera de um elo. O amor, mais uma vez, retorna.

negra coloração

Borboletas coçam minhas entranhas. Roçam por entre as vísceras que tanto sentem. Asas leves, delicadas. Atentas à única tarefa que lhes cabe: revirar-me, engajadas. Reviro os olhos, enxergo por dentro. Asas perfeitas, negras, agarradas, presas. Voam, caminham, rastejam. Batem as asas e indicam o tempo. Inimigo companheiro que, mais uma vez, me coloca inquieta à espera. Serei mariposa ou borboleta?

bandeira branca

Tempo passado. Tempo de guerra, tempo acabado. Passado. Armas abaixadas, palavras caladas. Gritos recolhidos, desnecessários. Lágrimas modificadas, choro abafado. Tempo que devolve a calma. Alma que se refaz. Coração intacto. Tempo de paz.