terça-feira, 12 de maio de 2009

"luz-ciana"

Por algum motivo, incerto ou não, lhe escrevo. O passado o, como diz o próprio nome, já passou. E não são poucos os fatos passados. Muitas são as lembranças e os bons momentos para relembrar. Lembranças que nos tornam mais vivos. Recordar é ter certeza de estar vivo ou estar vivo é recordar. O presente não é possível sem passado e, por algum motivo (talvez impreciso como o que me leva a escrever) você passou de um feliz passado guardado a um presente vivo e, ainda que redundante, presente. Bendita seja a tecnologia que torna a presença e o contato possíveis. Porém, ela é só um meio, uma forma de aproximação, que de nada adianta se não houver esse "porque" inexplicável, ou tão simples pra nossa complexa incompreensão. E seja qual for o "porque", serei eternamente grata por lhe ter por perto, minha quase mãe. Se não fisicamente ao lado, de algum modo presente em minhas raízes guardadas e habitante, sempre, do meu coração.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

quase partida

Há poucas horas você se foi.Viagem curta, porém doída. Comecei a juntar coisas, empilhar meus livros, guardar nossos enfeites e fotografias. Tão dolorido. Cada peça fora do lugar ia tornando mais cinza o olhar. Aos poucos, e cada vez mais, ia sumindo o colorido.E segurar cada objeto foi como segurar nossas mais doces lembranças. Palpáveis de tão vivas. Um mês, dois meses, três, quatro, cinco. O tempo é ingrato quando amamos.Galopa, corre em ritmo acelerado e, quando nos damos conta, nos abandona, já não está ao nosso lado. E dói sentir o abandono do tempo, esse infiel companheiro que, às vezes, parece ser eterno. Agora a sensação é de tempo esgotado. O vazio toma conta, as lágrimas nos inundam, coração apertado. Mas, confiarei no tempo. Logo, sentiremos que, de novo, nossos olhares se cruzam, nossos corpos se unem e o coração bate aliviado. O mesmo tempo que vai, é o tempo que volta.