segunda-feira, 22 de outubro de 2007

religiosidade

Acredito, desacreditando. Sou fraca, sou forte. Odeio e amo, intensamente, igualmente. Vivo, paradoxalmente. Juro, mentira deslavada de minha alma. Acreditei, sonhei, amei. Vivi e sobrevivi. Fiz das mentiras, verdades absolutas. Fiz de suas frases, os dogmas incontestáveis da minha religião inventada. Fiz de você, a deusa soberana de uma doutrina antiga. O amor era a minha doutrina. As lágrimas? Essas eram a água benta da minha alma. Limpavam as impurezas, perdoavam suas mentiras, curavam os seus males. Eu? Ah, eu... Pobre dama, Maria Madalena de uma história contemporânea. Atirem a primeira pedra! Foi você quem atirou. Me surpreendi, nem sem porquê. Já esperava. Mas não me lembrava o quanto doía, descobrir que era mentira a descrente verdade inventada de minha alma.

Um comentário:

Anônimo disse...

Também já tomei, erronêamente alguém por religião...

...e ainda fazia de tudo, para provar que era de ouro, a minha santa de pau oco...

Lindo, Guta!
E... amém!