quarta-feira, 5 de setembro de 2007

então vai

Passo dias escrevendo, trancada no quarto, fechada para o mundo. O que eu posso te falar sobre o sol, se eu não olho mais para fora e mantenho as janelas sempre fechadas? Você me pediu palavras duras. Disse para eu falar o que você precisava ouvir. Mas de que adiantam as palavras, quando o que te falta eu não posso dar? Você precisa de coragem para enfrentar seus medos, para enfrentar você. O mundo não é o problema agora. Ele é a solução, a sua justificativa válida, a sua desculpa. Mas tudo bem, não posso ter a pretensão de te ensinar algo da vida. Eu nem ao menos sei lidar com a minha vida agora. Eu não tenho mais nada a dizer, mais nada a declarar. Vai lá, boa sorte! Volte para a sua vidinha. Quero que você seja feliz. Vai lá, prometo ser sua cúmplice. Serei cúmplice dessa mentira bonita que você inventou. Vai lá, eu ajudo. Juntas, esconderemos do mundo as verdades que incomodam a tua alma. Ajudo, principalmente, a esconder de ti. Nada de palavras rudes, ásperas, doloridas. Pra ti só palavras doces agora. A vida é boa, o dia é belo, as noites são frescas como nos dias de verão. Chegou a hora de você partir, não se atrase! Vai logo, sem culpas. Não se preocupe comigo, não olhe pra trás. Você vai ser feliz, ao menos por um tempo. E quando a vontade de regressar bater à sua porta, não volte.

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