domingo, 30 de setembro de 2007

cruel, como você

Dói agora, não é mesmo? Que bom! É para doer mesmo. Incomoda, não é? Que bom! É mesmo para incomodar. A dor que você sente, eu garanto, jamais será metade da que um dia você me fez sentir. Machuca tanto, não é? Que bom! A sua infelicidade é o maior objetivo agora. As palavras são cruéis, não é? Como eu sei a dor das feridas que elas provocam na alma. As feridas são profundas, demoram muito para fechar. E, o pior, às vezes, jamais se fecham. É difícil viver sob o peso e a fúria das palavras, não é mesmo? Mas você consegue. A cobra não morre com o próprio veneno. Então, você sobreviverá às palavras, apesar de ser dolorido. Você chora agora? Que bom! Não sinto pena, nem dor e nem remorso. Tantas vezes eu chorei também. E tantas vezes você nem ligou. Sofri a minha dor sozinha, amarguei os meus dias calada. Se, agora, posso amargar os seus, que bom! Quero muito que você seja feliz. Mas só depois que você já tiver experimentado todas as formas de infelicidade.

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