quinta-feira, 7 de agosto de 2008

todos os dias

Ensaio palavras. Começo a escrever, engulo tudo, apago. Escrevo cartas, verdadeiros tratados. Palavras profundas, sentimentos que transbordam. Mas, que de nada adiantam. Escrevo mas não envio, guardo, sufoco. E o que não digo, fervilha dentro de mim. Ebulição constante que me queima e arde. As palavras chegam à boca, atingem as pontas de meus dedos. E, numa loucura compulsiva, marcam o papel. Mas, como sempre, amasso a folha, atiro-a ao lixo. E espero. Espero ser lida sem mostrar o que escrevo. E espero, ainda, que meus tratados mentais cheguem a você. Senão pela escrita, pela intensidade com que sinto, penso e me torturo. Todos os dias.

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