segunda-feira, 25 de agosto de 2008

abrigo escuro

Eu vou embora, logo vou. Dentre tudo o que eu sinto, o que mais me dói é não poder sentir. Queria viver o que o destino me priva. Queria gritar o que a minha garganta não berra. Queria ouvir o som que meus ouvidos não decifram. E meus olhos, ah os meus olhos. Só queriam avistar a imagem que insiste em turvar a minha retina. Fecho os olhos, então. Para ver e sentir. Para driblar o destino. Ludibriar meus ecos. Enganar meus ouvidos. Corro, vejo. Ouço, viajo. Grito, ecôo. Eco louco, desenfreado. Bate nas paredes da alma, nos tecidos do corpo. Escuto-o. Finalmente sonho.

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