sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

despindo-me

Chego em casa. Na memória, um único desejo. Vago pelos cômodos, como quem vaga, massa inerte, por mim mesma. Paro, busco um pedaço de tecido felpudo estendido em algum lugar. Tiro o relógio do pulso, como quem quer livrar-se do peso das horas. Desamarro o tênis, chega de segurança, quero fragilidade. Tiro a roupa, peça por peça, despindo-me do cansaço do meu dia. Entro, deixo a água correr pela pele fria. E o cheiro doce de banho quente entrar pelas narinas. Mais um dia chega ao fim.

2 comentários:

Unknown disse...

Estou notando que a palavra PERFEIÇÃO apenas não mais está se adequando a estes escritos, maravilhosos escritos.

Surpresa. Você é sensacional.

O fluxo de idéias, surreal.

Perfeito, perfeito. "Tiro o chapéu". Esse foi praticamente.. "sob encomenda", rs..


Beijos da carioca :*

Cibele Jordão disse...

Perfeito! Como sempre...
Parabéns menina!

Bj