sábado, 4 de outubro de 2008

novos dias

Num banco, entre dois limoeiros e com cinco dias de atraso, venho escrever. Cada dia de atraso, no entanto, representa um dia de muita importância. Hoje faz exatamente uma semana que estou aqui. Sem dúvida, uma semana inesquecível sob diversos aspectos. Deixar o Brasil, Curitiba, casa, família e amigos é uma decisão muito fácil e, até, bastante sedutora. Porém, o que não é nada fácil, é bancá-la. E, por mais que muitos sejam os motivos pelos quais nos convencemos a ir embora, muito pouco eles, de fato, representam quando chegamos ao nosso destino final. Durante esses dias, pude conhecer um pouco mais da Maria Augusta que me habita. Mais do que conhecer Pontevedra, a Espanha ou a Europa, essa viagem está sendo, é e será um encontro, uma viagem a mim mesma. O "velho continente" será apenas o meu plano de fundo. E, da mesma forma que não conseguirei desbravar em sua totalidade as terras européias, sei que não conseguirei me conhecer por inteiro, ainda. Tudo o que pensamos ser, o que imaginamos sentir ou as previsões que fazemos, são nada perto do que, de verdade, somos. E só descobrimos cada parte do que somos quando temos que viver e dar conta das nossas próprias reações, por mais inesperadas que elas sejam. Passado, então, o desespero inicial desse encontro comigo mesma, agora posso dizer que estou me inteirando de tudo por aqui. São muitas coisas para pensar, muita coisa para olhar e muitas são as dúvidas que sempre me chegam. Coisas da vida, afinal. Aos poucos vou, também, aprendendo a controlar o desespero, a assimilar o choque de cultura, língua e tantas outras diferenças que me afligem. Hora de ser forte e crescer. Todo dia é um novo dia.

Um comentário:

Livia Queiroz disse...

Ah, adorei o que escreveu...

Boa sorte na "nova vida", e que cada dia seja repleto de novos encontros consigo mesma...