sábado, 25 de agosto de 2007

escrevendo

Há tempos não me aventuro num dos meus maiores abrigos: a escrita. Acho que só sei escrever quando o que sinto transborda, e as palavras são nada mais do que água derramada sobre o papel. Escrevo pra dizer o que sinto, não para o mundo, mas para mim. Pra me convencer daquilo que eu nem ao menos faço idéia. Talvez para me lembrar de quem eu sou, de como sou. Ou ainda para expor ideologias perdidas, que ficarão apenas retidas num papel esquecido no fundo da gaveta, ou no fundo da memória. Hoje foi um típico dia em que tudo extravasou. Em que o rio de palavras, ou quem sabe de lágrimas, foi mais forte, incontrolável. Em meio ao caos, tento me achar, me procuro por aí e não me encontro. Talvez eu tenha morrido afogada num mar de palavras, ou sufocada pelo que abafo e não digo. Só sei que cansei de nadar entre as palavras ditas, perdidas, soltas por aí. Falar não basta mais, e por mais que eu escreva, ainda custo a acreditar. As palavras são frias, doces mentiras que a humanidade inventou. Não passam de uma forma vil e barata de comprar sentimentos. Um conjunto de belos fonemas agradáveis aos ouvidos e ao ego de quem escuta. De que valem as palavras, se elas não são capazes de traduzir o que sentimos de fato. Elas sempre são vagas, ineficazes, pobres. Ideologias baratas, vendidas a preço de custo, pois não custa nada produzi-las. Vou guardar tudo pra mim, morrer muda, calada. Cansei de fazer discurso, vender aquilo que nem posso comprar. Deixarei nada para o mundo, pois o mundo não é capaz de deixar algo em mim. Esquecerei minhas ideologias, minhas vontades. Elas são grandes demais, não cabem nesse mundo.

6 comentários:

Anônimo disse...

Eu já falei diversas vezes que você é digna de ter um espaço pra colocar as tuas coisas lindas. Aliás, o servidor nem merece uma pessoa como você, hahaha! Boa sorte com o blog, quero ver muita coisa bacana aqui!
Beijão!

Guta Brandt disse...

Gi! Brigada moça!
Bem, eu já disse que vocês exageram! Não há nada de tão excepcional no que escrevo e no que sinto...mas fico feliz por tu gostar ;P

Cibele Jordão disse...

eee...
Ficou lindo o blog, eu precisava mesmo disso, de um lugar onde pudesse ler as coisas que escreve!
Sabe q adoro ler o que escreve né!
Bjo moça

Anônimo disse...

Cheguei aqui por indicação da Gi. gostei bastante de suas palavras. Adoro metalinguagem, palvras que dizem sobre palavras... e não podemos esquecer que as palavras sempre dizem muito de nós mesmos, carregam consigo a marca de quem as falou, o tom, o timbre e até o sentimento. A palavra é coisa muito forte, que pode ser muito doce e eficaz. Palavra é inútil e pode ser voraz. Palavras e mais palavras, às vezes usamo-as demais e esquecemos de sentir, de olhar, de pressentir...enfim. Gostei daqui e volto, a Gi sempre me indica coisas boas! xD

Fábio Torres disse...

Assim... Eu poderia até elogiar as palavras que a Guta escreveu, mas isso eu já faço quase que diariamente... Portanto eu elogio a capacidade da Guta de montar um blog inteiro SEM a minha ajuda! xD

Bjoooo

Guta Brandt disse...
Este comentário foi removido pelo autor.