domingo, 26 de agosto de 2007

sonhos

Às vezes acordo no meio da noite. Olho para os lados e nada encontro. Queria te ver ali, minha pobre sorte perdida. Busco você em cada sonho, em cada noite mal dormida. Sinto os pés frios durante a madrugada, tocando os meus. As coxas gélidas, os lábios trêmulos no frio do sul. Sinto falta de quando o mundo era palpável, e quando, de tão pequeno diante de tanto amor, ele cabia em minhas mãos. Saudades de quando, ao amanhecer, olhava os olhos sonolentos, parados, perdidos em intensidades únicas, nossas, apenas nossas. Agora acordo de novo. Sonhei que havia sonhado ou o sonho foi real e só agora acordo? Não sei mais. Não sei mais dizer o que sinto e o que eu sou. Sou nada diante de tudo, mas tenho que ser tudo diante de nada. Diante do nada que sobrou de mim, de ti e de nós. A história mais bela tornou-se nada, e nem ao menos teve tempo de ser escrita, registrada e, talvez, lembrada como o “Romeu e Julieta” da internet. Comparar-se ao clássico. Pretensão?! Talvez. Ou não, também. Pois nada há de mais clássico que o amor, seja ele em que forma for. Mas também, nada há de mais trágico. Vou amargar cada dia no triste casebre que sobrou em mim. Mas quem sabe, um dia, eu me orgulhe de ter sido a rainha deposta, do nosso antigo castelo. Refugio-me em mim, nos meus sonhos. Ou melhor, nos meus projetos de sonhos. Aos poucos, demoradamente, vou me recompondo. Levanto-me, ergo a cabeça, empino o nariz. Serei forte, serei eu, serei mulher. Mas é tarde, já passam das dez, e está na hora de acordar. Pronto, terminei meu primeiro projeto de sonho.

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