Pontadas, agulhadas, perfurações. Todos os dias meu corpo padece e implora pelo fim da tortura sem nome, sem dignidade e sem face. Cada dia as lágrimas nascem no canto dos olhos com uma força infundada. Força e água que não sei de onde vêm. Pois há muito sou deserto parado, esperando ansiosamente pela morte, meu verdadeiro oásis. Sonho, viajo. Imagens que vêm à mente entre os intervalos alucinógenos da dor que me arde. Sinto tudo. Cada parte de mim grita e se desespera. Todas as noites, eu rezo. Canto louco que me escapa à boca. Não me acorde amanhã. Me deixe dormir, eu imploro. Amém.
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