terça-feira, 27 de maio de 2008

camaleônica?

Disfarces, são tantos os que existem por aí. Só eu, burra completa, não aprendi a usá-los. Não sei camuflar-me. Afinal, nasci mulher e não camaleão de sangue frio. Rastejo, nua e à mostra, sem roupa ou fantasia que me proteja da selva urbana em que vivemos. Encosto-me na árvore de mentiras e fico ali, descoberta, verdade vazia. Não sei colocar a máscara da frieza, da indiferença ou, então, ficar inerte aos princípios e valores – esquecidos – desse mundo. Preciso viver. Mesmo que rastejando, suja e nua pelas calçadas e pelas ruas. Preciso viver. Viver tudo o que me cabe. E, por não viver, é que muitas vezes me desfaço em pedaços. Pedaços de ódio mal-vividos. Fragmentos esquecidos de amor.

4 comentários:

Anônimo disse...

Guta,lindo isso: 'fragmentos esquecidos de amor.'

Guta Brandt disse...

obrigada!
mas, quem seria o anônimo que me lê?!
legal saber que tem gente por aqui...

Unknown disse...

Eu! :D

Sou amigo da Adriéllen e já conhecia o blog da Giovanna e alguns outros textos dela,e muitos seus. São muito bonitos: gostei muito de '10 de junho',que é de fato uma data vazia mesmo no nome; de todos os parágrafos meio soltos que você coloca aqui. Queria ler um conto seu,com todos agrupadinhos :)

Té mais!

* Seus textos não dizem apenas alguma coisa. Transmitem sensações,e isso é muito interessante em vários sentidos. Parabéns!

Guta Brandt disse...

Ahh legal, Carlos!

Obrigada pelos elogios, sempre bem-vindos!

Bom saber que, mesmo escrevendo sobre coisas, sentimentos e impressões completamente pessoais e subjetivas, me faço entender e, sobretudo, "sentir"...

"A casa é sua", venha sempre ;D

Beijos