O silêncio me cansa. O silêncio me rasga a alma a ponto de fazer gritar. O silêncio abafa os sons que não querem que escutemos. O silêncio vem antes do grito. O silêncio vem antes do choro pesado de quem não agüenta mais silenciar. Soluçar para romper o silêncio. Soluço mudo. Silêncio oco. O silêncio é o som mais forte, é o som que nossos ouvidos não podem suportar. O silêncio é o eco da eternidade. O silêncio é o clarão que precede a agonia da tempestade. Mudo trovão que invade entranhas. O silêncio é para poucos. Para poucos é o silêncio de muitos. O silêncio é o desejo mais profundo. É o anseio daqueles que querem nos calar.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
terça-feira, 28 de junho de 2011
carta a um amigo
Sinto falta do tempo longo. Do tempo em que a conversa era prosa demorada. Tempo em que os verbos eram esticados, compridos, largos. Em que a correnteza era de palavras, enxurrada de letras que só tinham sentido misturadas. Sinto saudades daqueles tempos em que o rumo ninguém sabia. Ninguém entendia o curso do rio. E o rio era qualquer lugar, qualquer onda, qualquer marola que chegava de você a mim.
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Guta Brandt
às
15:06
velha infância perdida
Manhã gelada, reconfortada pelo sol de inverno. Lá fora, nada além de geada. Orvalho petrificado, estático. Frio quase ártico. Deserto gelado, semi-árido. Na cama, verão. Sol de aquecedor, águas termais na torneira, invenções não mais modernas. E a vida segue. No frio, no calor. Tomamos o rumo de todo dia. Quando criança, a escola. No inverno, sala de aula tenebrosa. No verão, inferno. Dias felizes aqueles do nescau quente, do pão com manteiga derretida, do cobertor no sofá - extensão da cama, do desenho na manhã estendida. Saudades da sessão da tarde, nas tardes vadias. Saudades de preencher o dia com ideias revolucionárias ou, apenas, com brincadeiras vazias.
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Guta Brandt
às
14:18
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
realidade
Nada posso prever. Nenhum passado ou história posso mudar. Há tempos não te via, exceto pelas minhas lembranças, exercitando um constante recordar. Não sei se ainda era madrugada ou se já era dia, nem posso descrever a cor do céu que emoldurava o reencontro. A casa era a mesma, o tempo era outro, presente misturado ao tamanho do sentimento que me preenchia. E apesar das crenças individuais, do tempo chuvoso e do frio que fisicamente me habitava, acordei disposta e feliz, com a certeza de que te via, imersa, mergulhada no teu abraço sem querer acordar.
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Guta Brandt
às
15:47
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
vividamente adormecida
Essa noite sonhei com você. Voando lentamente, levitando por entre mares e toda a sorte de gente. De todas as cores, todas as letras, frases diversas, orações bem-vindas. Terceira dimensão de sonhos belos, entre tantos, entre tantas, uma amiga. Apenas uma, única, entregue, divagando, adormecida. Alma bela, minha própria alma, na sua, imersa. GAnhando espaço, BRIsa leve, ELA levita, corações e almas entregues. Sem explicar, sem necessitar convenções, eu amo, simplesmente.
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Guta Brandt
às
16:03
sábado, 17 de julho de 2010
aleGria com um b no meio - 2
Você consegue, tudo é possível. Vai, mergulhe! Alce vôo, nem o céu é o limite. Não há limites, nem entraves. Nada de piscinas rasas, interpretações baratas. Oceano fundo, céu noturno, lua nova. Sua vida, inteiramente nova. Só você pode. E, quando achar que não, insistindo no insustentável medo de ser, não esqueça nunca, estarei eu seu lado, mais que sempre. Infinitamente.
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Guta Brandt
às
22:09
quinta-feira, 15 de julho de 2010
aleGria com um b no meio
Te vejo aí, tão nova, bela borboleta querendo voar. Te incentivo, te recolho em minhas mãos, vai! Voa! Nem ao menos você se mexe, nenhum sinal. Onde está a vida que te habita? Suas asas querem libertar-se, te libertar, enfim. Mas você continua aí, atada ao seu casulo, insistindo nessa vida de largarta, borboleta escondida. Nenhuma palavra escuta, nenhuma música te faz dançar. Eu te amo, amiga, dessa forma que, de verdade, não sei explicar. De tanto amar, estarei sempre ao seu lado, saiba. Aqui na Terra, no céu ou em qualquer lugar. E sigo então, trocando os discos, esperando a hora de te ver voar.
* a uma amiga incrível, alguém que amo muito e que, um dia, seguramente irei encontrar por aí "distraída, querida, perdida em muitos sorrisos, sem nenhuma razão de ser" e, quem sabe, até "chutando lata e assoviando Beattles na praça"...Gabência, amo você!
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Guta Brandt
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16:54
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
futuro imaginado
Sabes, la he encontrado. Alguién me dice la verdad de una vida que poco ha cambiado. En la imaginación todo es futuro. En realidad, presente o pasado. Palabras sinceras, vontades divididas, carne que mucho habla, ya lo sabes. Palabras que vuelan, oraciones que llegan al alto. Si una vez más te la encuentro, palabras oídas, futuro próximo. En el presente, pasado, que tanto extraño, guardado.
Aos que querem tradução, aí está:
Sabe, te encontrei. Alguém me diz a verdade de uma vida que quase nada mudou. Na imaginação, tudo é futuro. Na realidade, presente ou passado. Palavras sinceras, vontades divididas, carne que muito fala, você já sabe. Palavras que voam, orações que atingem o alto. Se mais uma vez te encontro, palavras escutadas, futuro próximo. No presente, passado do qual tanto sinto saudade, guardado.
Aos que querem tradução, aí está:
Sabe, te encontrei. Alguém me diz a verdade de uma vida que quase nada mudou. Na imaginação, tudo é futuro. Na realidade, presente ou passado. Palavras sinceras, vontades divididas, carne que muito fala, você já sabe. Palavras que voam, orações que atingem o alto. Se mais uma vez te encontro, palavras escutadas, futuro próximo. No presente, passado do qual tanto sinto saudade, guardado.
Por
Guta Brandt
às
14:58
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
batidão
Ele vem e bate à minha porta. Cansado, magro, longas caminhadas, estradas curvas, tortas. Sedento. Ofereço água, não serve. Ofereço pão, não gosta. Tem sede de alma, fome de carne. Violentamente, arremessa-me. Atira-me e, intacta, espero. Espera rápida, carne morna, pele tenra. Logo se despede, e fico ali, atirada. Sentimentos dispersos, sempre à espera de um elo. O amor, mais uma vez, retorna.
Por
Guta Brandt
às
17:42
negra coloração
Borboletas coçam minhas entranhas. Roçam por entre as vísceras que tanto sentem. Asas leves, delicadas. Atentas à única tarefa que lhes cabe: revirar-me, engajadas. Reviro os olhos, enxergo por dentro. Asas perfeitas, negras, agarradas, presas. Voam, caminham, rastejam. Batem as asas e indicam o tempo. Inimigo companheiro que, mais uma vez, me coloca inquieta à espera. Serei mariposa ou borboleta?
Por
Guta Brandt
às
17:38
bandeira branca
Tempo passado. Tempo de guerra, tempo acabado. Passado. Armas abaixadas, palavras caladas. Gritos recolhidos, desnecessários. Lágrimas modificadas, choro abafado. Tempo que devolve a calma. Alma que se refaz. Coração intacto. Tempo de paz.
Por
Guta Brandt
às
16:22
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
estupidez
Somos muitos, caminhando às cegas. Ignorantes do nada que nos engole. Somos burros, muitos, estúpidos. Novela ou filme? Não seja míope! Realidade inventada, irrealidade forjada. Brindando, às cegas, ao nada que nos absorve. A dor é do tamanho da alma. A alma, calma, entrega-se, às cegas, ao nada que lhe deflora. Sou, apenas eu, a burra que se entrega. Rastejando, às cegas, no nada que me consome.
Por
Guta Brandt
às
16:22
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
ideal (i)moralidade
A rotina era louca, quase frenética, e os dias transcorriam sem paz. Assim Curitiba era o plano de fundo de uma vida repetitiva. Repetição difícil de carregar quando só se tem 20 anos. Faculdade, trabalho, casa. Na faculdade, amigos, rostos conhecidos e desconhecidos. Um ambiente que era meu e no qual sempre estive à vontade, gostava dali. Durante o correr do dia, um trabalho que era, até certo ponto, o que eu queria. Até certo ponto porque, aos 20 anos, é comum ainda termos ideais.
Ideais?! Entrei na faculdade de jornalismo aos 18 anos. Política por essência, crítica até onde não posso e uma paixão: a escrita. Aliás, nem tanto uma paixão. Mas, sim, uma grande necessidade. Muitos são os motivos que me fazem escrever e muitos são os momentos que me inspiram. Mas, quando pensei em “escrever jornalismo”, em falar a uma massa completamente desconhecida, pensei, sobretudo, em mudança. E quem, em plenos 18 anos, não pensou em mudar o mundo? O jornalismo era a ferramenta de acesso a um mundo que me indignava. E ainda me indigna. As palavras seriam como chaves para modificar aquilo que tanto me revoltava e angustiava. E que não deixou de revoltar e angustiar, ainda. Mas, como acontece com a maioria, sinto que começo a me acomodar. E isso, sim, me angustia mais do que qualquer outra coisa. Porque significa que estou começando a deixar meus sonhos adormecerem. E pode ser tarde quando eles resolverem despertar. Sonhos e idéias. Sempre carreguei muitos deles na “bagagem”. Sempre tive muito que falar, muito que pensar. Mas, o jornalismo não é tudo o que se pensa e tudo o que se pensa, por sua vez, nem sempre cabe no jornalismo. E tampouco é aplicável a uma realidade, mais do que real. Descobrimos isso quando, por acidente ou crueldade inicial de um professor, nos damos conta de que seremos, somente, “mais alguns”. Mais uma turma que se formará, mais profissionais que disputarão uma vaga num mercado abarrotado, mais gente para conformar-se. Mais alguns dispostos a escrever o que alguém manda, afinal, é preciso sustentar-se. E aí você fica entre a cruz e a espada, pensando e se questionando: escrever o que quero e morrer de fome ou escrever o que mandam e viajar nas férias? Decisão difícil quando se nasce em classe (quase) média (quase) alta e se está habituada a um padrão, no mínimo, bem razoável.
No entanto, em decorrência da decisão pelo jornalismo (constantemente em pauta), muitas outras vieram. Ao optar por ser jornalista, passei, também, a entender a profissão escolhida como uma ferramenta para atingir novos ideais. Ideias e opiniões pessoais, é claro, mas que encontraram eco na voz e, por que não, no sofrimento de muitos outros iguais na diferença e no descompasso com as ordens sociais vigentes. Do meu “grande defeito”, fiz causa de luta e motivo de orgulho.
Aliás, o que é um “grande defeito”? Meu pouco repertório ou minha deficiente formação me indicam que não ter princípios éticos e morais, falta de escrúpulos e caráter são grandes defeitos. Mas, não. Isso a gente até releva, isso as pessoas entendem ou escondem embaixo do tapete. Hoje a vida privada é mais importante que a pública. Mais interessante é saber com quem eu durmo do que ler o expediente de algum órgão público e cuidar dos interesses que são de todos, comuns à vida de uma população que, infelizmente, não se identifica como tal, que não se entende como um “todo”. E aí eu pergunto: para que isso importa? Até que ponto saber o que eu faço dentro da vida que, creio eu, cabe somente a mim viver, é importante ou relevante? Vivo minha vida, levo meus dias. E é triste ou deprimente (para aqueles que insistem em saber e depreciar o que cabe ao privado) pensar que ainda há quem se feche em conceitos ultrapassados e irreais. É triste perceber que “respeito” é um conceito com diferentes pesos. Hoje, somos privados de direitos que deveriam ser universais. Não temos os mesmos direitos civis. E por quê? Muitos são os pretextos, modelos e justificativas. Num país onde todos os dias milhares de crianças crescem sem dignidade alguma, somos nós os imorais. Sim, claro, duas mães, um filho e nenhum pai (pelo menos conhecido). - Que modelo é esse?, perguntaria uma senhora, mãe e, quem sabe, até avó, socialmente respeitável, com vida estável e aposentadoria garantida, viúva e com direito a receber a pensão do marido morto e que, depois de ter, literalmente, pulado a cerca algumas vezes quando mais nova, veste-se de negro, vai à missa e reza, como se fosse melhor ou estivesse acima de mim, ou de tantos outros, eu diria, até mais dignos (no sentido real do que podemos entender por “dignidade”). A imoralidade bate à nossa porta todos os dias, porém não abro. E não abrirei. Quando eu abrir, estarei corroborando o preconceito que nos marginaliza. Estarei concordando com as normas que dizem a uma criança que é melhor não ter mãe do que ter duas, que é melhor crescer num modelo sem escrúpulos, sem moral, sem saúde, sem infância, sem comida. Por enquanto, dou minha cara a tapa e espero. Ainda há muito o que se pensar, ainda há muito o que mudar...
Ideais?! Entrei na faculdade de jornalismo aos 18 anos. Política por essência, crítica até onde não posso e uma paixão: a escrita. Aliás, nem tanto uma paixão. Mas, sim, uma grande necessidade. Muitos são os motivos que me fazem escrever e muitos são os momentos que me inspiram. Mas, quando pensei em “escrever jornalismo”, em falar a uma massa completamente desconhecida, pensei, sobretudo, em mudança. E quem, em plenos 18 anos, não pensou em mudar o mundo? O jornalismo era a ferramenta de acesso a um mundo que me indignava. E ainda me indigna. As palavras seriam como chaves para modificar aquilo que tanto me revoltava e angustiava. E que não deixou de revoltar e angustiar, ainda. Mas, como acontece com a maioria, sinto que começo a me acomodar. E isso, sim, me angustia mais do que qualquer outra coisa. Porque significa que estou começando a deixar meus sonhos adormecerem. E pode ser tarde quando eles resolverem despertar. Sonhos e idéias. Sempre carreguei muitos deles na “bagagem”. Sempre tive muito que falar, muito que pensar. Mas, o jornalismo não é tudo o que se pensa e tudo o que se pensa, por sua vez, nem sempre cabe no jornalismo. E tampouco é aplicável a uma realidade, mais do que real. Descobrimos isso quando, por acidente ou crueldade inicial de um professor, nos damos conta de que seremos, somente, “mais alguns”. Mais uma turma que se formará, mais profissionais que disputarão uma vaga num mercado abarrotado, mais gente para conformar-se. Mais alguns dispostos a escrever o que alguém manda, afinal, é preciso sustentar-se. E aí você fica entre a cruz e a espada, pensando e se questionando: escrever o que quero e morrer de fome ou escrever o que mandam e viajar nas férias? Decisão difícil quando se nasce em classe (quase) média (quase) alta e se está habituada a um padrão, no mínimo, bem razoável.
No entanto, em decorrência da decisão pelo jornalismo (constantemente em pauta), muitas outras vieram. Ao optar por ser jornalista, passei, também, a entender a profissão escolhida como uma ferramenta para atingir novos ideais. Ideias e opiniões pessoais, é claro, mas que encontraram eco na voz e, por que não, no sofrimento de muitos outros iguais na diferença e no descompasso com as ordens sociais vigentes. Do meu “grande defeito”, fiz causa de luta e motivo de orgulho.
Aliás, o que é um “grande defeito”? Meu pouco repertório ou minha deficiente formação me indicam que não ter princípios éticos e morais, falta de escrúpulos e caráter são grandes defeitos. Mas, não. Isso a gente até releva, isso as pessoas entendem ou escondem embaixo do tapete. Hoje a vida privada é mais importante que a pública. Mais interessante é saber com quem eu durmo do que ler o expediente de algum órgão público e cuidar dos interesses que são de todos, comuns à vida de uma população que, infelizmente, não se identifica como tal, que não se entende como um “todo”. E aí eu pergunto: para que isso importa? Até que ponto saber o que eu faço dentro da vida que, creio eu, cabe somente a mim viver, é importante ou relevante? Vivo minha vida, levo meus dias. E é triste ou deprimente (para aqueles que insistem em saber e depreciar o que cabe ao privado) pensar que ainda há quem se feche em conceitos ultrapassados e irreais. É triste perceber que “respeito” é um conceito com diferentes pesos. Hoje, somos privados de direitos que deveriam ser universais. Não temos os mesmos direitos civis. E por quê? Muitos são os pretextos, modelos e justificativas. Num país onde todos os dias milhares de crianças crescem sem dignidade alguma, somos nós os imorais. Sim, claro, duas mães, um filho e nenhum pai (pelo menos conhecido). - Que modelo é esse?, perguntaria uma senhora, mãe e, quem sabe, até avó, socialmente respeitável, com vida estável e aposentadoria garantida, viúva e com direito a receber a pensão do marido morto e que, depois de ter, literalmente, pulado a cerca algumas vezes quando mais nova, veste-se de negro, vai à missa e reza, como se fosse melhor ou estivesse acima de mim, ou de tantos outros, eu diria, até mais dignos (no sentido real do que podemos entender por “dignidade”). A imoralidade bate à nossa porta todos os dias, porém não abro. E não abrirei. Quando eu abrir, estarei corroborando o preconceito que nos marginaliza. Estarei concordando com as normas que dizem a uma criança que é melhor não ter mãe do que ter duas, que é melhor crescer num modelo sem escrúpulos, sem moral, sem saúde, sem infância, sem comida. Por enquanto, dou minha cara a tapa e espero. Ainda há muito o que se pensar, ainda há muito o que mudar...
Por
Guta Brandt
às
12:05
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
sabe?
Sabe, às vezes me pergunto até onde, até quando. Não sei, nunca se sabe. Mas, sabe? Me questiono até o mais profundo íntimo, percebo o ritmo, caminhando às cegas, ignorando a estrada. Embrenhada em mata densa, longa caminhada, passos incertos, para onde mesmo é que vai o destino? Não sei, nunca se sabe. Entende? Compreende? Ou será que você, também, simplesmente me ignora. Eu grito. Eu falo. Não sei até onde, não sei até quando. Mas sigo, questionando o mundo e suas verdades inventadas.
Por
Guta Brandt
às
11:41
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
(in)consciente, (a)normal
Você anda por aí, caminha. Pescoço ereto, caminhos retos. Olhando sempre para frente, caminhando igual, e eu sempre diferente. Na contra-mão de um mundo meu, mas nem tanto quanto é seu. E o que ele pensa pouco me importa. Continuarei seguindo, traçando minha estrada independente, curva e, sobretudo, torta. Ao seu lado eu sigo, ziguezagueando pelos seus caminhos, trançando seu destino intacto. Muitas semelhanças, distintas diferenças, uma principal. A consciência de que tudo é plenamente normal. E, enquanto você escuta o mundo, eu apenas escuto, cada vez mais fundo, a minha própria voz.
Por
Guta Brandt
às
17:43
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