sábado, 26 de abril de 2008

retorno ao extremo sul

Hoje estava andando pela rua. Ruas que há muito não visitava. Numa dessas viagens que a vida acaba nos obrigando a fazer. De repente, avistei um prédio. Construção antiga, desgastada pelo tempo. Sabia que seria difícil. Mas, ainda assim, cogitei a possibilidade remota de te encontrar. Antes de questionar o porteiro sobre a sua existência, fiz um esforço para tentar lembrar-me da voz e, também, prever qual seria a sua reação e a sua aparência, depois de tantos anos. Após longos minutos, entrei no hall do prédio e subi as escadas (aquelas mesmas que, um dia, vencemos juntas, carregando a mala pesada no dia da minha chegada). Olhei para o porteiro e perguntei sobre você. A moça bonita e simpática que, há tempos, viveu ali. O porteiro era novo, e não lembrava da moça descrita. “Mas moça, o porteiro que entra depois de mim é bem antigo”, ele disse. Voltei depois para falar com o antigo porteiro. “Olha, eu lembro dela, sim. Mas, há muitos anos ela se foi”, ele lembrou. Foi para onde, meu Deus? E assim, questionando-me, eu também parti.

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