sábado, 26 de janeiro de 2008

vazio

Amores vazios me completam. Preenchem o grande vazio de mim. Palavras vazias me completam. Preenchem os vãos vazios dos dentes na boca. Sentimentos vazios me completam. Preenchem os átrios e os ventrículos do músculo mais vazio do corpo. E eu, vazia, desprovida de mim, completo o mundo. Preencho o lugar que me cabe. Peça decorativa, apanhado de células vazias ocupando um lugar vazio do espaço.

2 comentários:

Unknown disse...

"...Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo...". [C.Lispector]

Anônimo disse...

Esse blog, como já disseram, tem ficado muito mais alegre!!
Parabéns, Guta!!
Tem talento de sobra!

Bjos!