domingo, 14 de setembro de 2008

bella menina bella

Amigos são aqueles que nos acompanham, mesmo quando não estão por perto. Pessoas importantes são aquelas que, independente do tempo, da distância ou do mundo em que vivem, carregaremos sempre em nossos corações. Você, doce anjo dos cabelos loiros, é dessas pessoas que se fazem, sempre, importantes. O tempo, a distância e, até, o mundo nos separou. Mas, ainda assim, o que importa é tudo o que ficou. Guardo no mais profundo silêncio as minhas mudas e doces lembranças. Ao seu lado, ainda sou e me permito ser, criança. Salvaremos as baleias juntas, tomaremos água de côco e cansaremos nossas pernas sobre os pedais da bicicleta. A praia será sempre pequena demais para nós duas. Por você, deixarei de salvar só as baleias. Salvarei, também, o mundo. Tomarei as suas idéias como minhas e, assim, para sempre você viverá em mim. Estique a sua mão, toque a minha, voaremos juntas, um dia?

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

check-in

Despacho a mala, envio um pedaço do meu mundo. O outro pedaço, mais tênue, mais invisível (porém, não menor), vai comigo, preso ao meu corpo, agarrado aos meus pedaços, infiltrado nas minhas células. Apesar do seu enorme tamanho, ele é apenas um ínfimo pedaço de tudo o que deixo. Uma parte de um todo infinito, infinito de lembranças. Lembranças que não cabem nesse novo mundo, que não podem embarcar. Pisarei na sala de embarque como quem pisa em algum terreiro sagrado esperando por um ritual. Voarei livre e leve, limpa do lodo que me segurava e das lembranças que não queriam me deixar partir. Finalmente, soltarei as minhas amarras.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

querer

Eu queria escrever pra você. É, eu queria ou precisava escrever pra você. Queria te contar, te dizer, nos bem dizer. Queria abrir meu mundo, mostrar meus segredos. É, eu queria. Queria ou precisava dividir com você. Dividir tudo, vasto mundo que me persegue. Queria saber dizer o que sinto, o que penso e, até, o que choro, pelo que choro. Queria saber ou queria poder. É, eu queria ter o poder de falar tudo, liberar tudo, soltar a língua, desprender as amarras. Eu queria entender sua língua, falar no mesmo tom, decifrar os mesmos códigos, teus códigos. É, eu queria decifrar você. Eu queria invadir, mergulhar na sua praia, escalar a mesma montanha. Queria invadi-la ou vivê-la, ainda não sei. Queria misturar sua cultura, entendê-la e tomá-la como minha. É, queria curar suas dores. Queria ser ou queria poder ser o remédio, ópio de sua alma. Eu só queria ser tudo o que você espera. E ainda quero.